Já os grupos alimentação, vestuário e educação tiveram deflação e foram os principais responsáveis pela desaceleração do índice na comparação com junho.
Variação do IPCA em julho por setor:
Os preços do grupo alimentação e bebidas caíram 0,12% em julho, após registrar em junho a maior alta dos últimos 29 meses (2,03%). A queda foi puxada pela alimentação no domicílio (0,59%). Segundo o IBGE, a deflação refletiu, além do aumento da oferta de itens alimentícios, o realinhamento de preços após as altas decorrentes da paralisação dos caminhoneiros.
As principais quedas foram: cebola (-33,50%), batata-inglesa (-28,14%), tomate (-27,65%), frutas (-5,55%) e carnes (-1,27%). Entre as altas, os destaques foram o leite longa vida (11,99%) e o pão francês (2,22%).Já a alimentação fora de casa acelerou para 0,72% em julho, com destaque para o lanche fora (1,40%) e a refeição (0,39%). “Julho é mês de férias, o que eleva o consumo de alimentos fora de casa. Além disso, tivemos Copa do Mundo, o que também aumenta o consumo em bares e restaurantes”, apontou o pesquisador.
Questionado se a desaceleração do índice em relação a junho corresponde ao fim dos efeitos da greve dos caminhoneiros, o porta-voz do IBGE ponderou que é preciso aguardar mais um levantamento mensal de preços.
“Aparentemente, foi pontual o reflexo da greve nos meses de maio e junho. Mas vai ser no mês que vem que a gente vai poder dizer melhor como foi esse efeito da paralisação”
Inflação acumulada em 12 meses
Evolução do IPCA no acumulado em 12 meses, em %
2,712,712,462,462,542,542,72,72,82,82,952,952,862,862,842,842,682,682,762,762,862,864,394,394,484,48jul/17ago/17set/17out/17nov/17dez/17jan/18fev/18mar/18abr/18mai/18jun/18jul/18012345
Fonte: IBGE
Em meio à recuperação lenta da economia e demanda fraca, a previsão dos analistas aponta para uma inflação de 4,11% em 2018, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.
O percentual esperado pelo mercado continua abaixo da meta de inflação que o Banco Central precisa perseguir neste ano, que é de 4,5% e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema – a meta terá sido cumprida pelo BC se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficar entre 3% e 6%.
Na véspera, o Banco Central informou, por meio da ata da última reunião Comitê de Política Monetária (Copom), que o forte avanço da inflação em junho refletiu efeitos da paralisação no setor de transportes e que os "efeitos desses choques devem ser temporários". Segundo o BC, na ausência de "choques adicionais" sobre a economia, o cenário inflacionário deve revelar-se "confortável" para o cumprimento da meta em 2018 e 2019, sem necessidade aumento de juros.
Metas de inflação
Percentuais definidos pelo Conselho Monetário
Meta de inflação para o ano, em %Meta de inflação20182019202020213,63,844,24,44,6
Fonte: CMN
Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5% (com teto de 6,5%) e, para 2019, é de 4,25% (teto de 5,75%).
Com a manutenção dos juros básicos em 6,5% ao ano na semana passada, a terceira consecutiva, a taxa Selic continuou no menor nível da série histórica do Banco Central – que teve início em 1986.
Dentre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE, quatro tiveram índice superior a 0,33%: São Paulo (0,63%), Rio de Janeiro (0,59%), Brasília (0,58%) e Rio Branco (0,51%). Outras seis, no entanto, registraram deflação no mês: Goiânia (-0,05%), Aracaju (-0,06%), Recife (-0,07%), Fortaleza (-0,09%), São Luís (-0,28%) e Campo Grande (-0,37%).O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, e abrange 10 regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 28 de junho a 27 de julho de 2018 com os preços vigentes no período de 30 de maio a 27 de junho de 2018.
INPC varia 0,25% em julho
O IBGE também divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referência para reajustes salariais, subiu 0,25% em julho, acima da variação de 1,43% de abril.
No ano, o acumulado foi de 2,83%. Em 12 meses, ficou em 3,61%, acima dos 3,53% dos 12 meses imediatamente anteriores.
FONTE:https://g1.globo.com